quarta-feira, 26 de agosto de 2009



Zombie Links!


Eu quero: Incrível Hulk Zumbi


Aproveite e veja outros Marvel Zombies


Também é legal: Zumbis e suas vítimas


Muito bem-feito: zumbi hare-krishna


Matemáticos calcularam as chances de sobrevida da humanidade ao Dia Z. O resultado não foi muito animador, mas eu já esperava por isso...

Vaga de Zumbi atrai 200 pessoas em Londres!


Você ama seus filhos? Ensine-os o que fazer no Dia Z. Os meus filhos são assim, ó!

terça-feira, 25 de agosto de 2009




Recebi por e-mail. Quem me mandou foi o Irmão Rafael.


QUAL É A MELHOR RELIGIÃO?

Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o Dalai Lama. Leonardo Boff explica:

No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos, eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga: - "Santidade, qual é a melhor religião?" (Your holiness, what`s The best religion?). Esperava que ele dissesse - "É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."

O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos o que me desconcertou um pouco, por que eu sabia da malícia contida na pergunta - e afirmou:
“A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus do Infinito, é aquela que te faz melhor.”

Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar: -"O que me faz melhor?”

Respondeu ele: - "Aquilo que te faz mais compassivo" (e aí senti a ressonância tibetana, budista, taoísta de sua resposta), - Aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável... Mais ético... A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião..."

Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta, sábia e irrefutável... Não me interessa amigo, a tua religião ou mesmo se tem ou não tem religião. O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade, perante o Mundo...

Lembremos: "O Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos".

A Lei da Ação e Reação não é exclusiva da Física. Ela está também nas relações humanas. Se eu ajo com o bem, receberei o bem. Se ajo com o mal, receberei o mal. Aquilo que nossos avós nos disseram é a mais pura verdade: - "terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros".

Para muitos, ser feliz não é questão de destino. É de escolha.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009




Como sabem, neste sábado rolou a festa do meu aniversário. Fiquei muito feliz e um pouco bêbado, me diverti muito, falei com todos, falei ao microfone e mesmo cantei um pouco, tanto como segunda voz, como no papel de vocalista, por breves momentos.

A festa deveria rolar na ASSINPA a partir das 21:00 horas, assim fui pra lá pouco depois das 18:00 horas para conversar com a moçada do som e ajudar a arrumar. Carreguei um saco gelo de 40kg – dois terços do meu peso – varri, catei latas, tirei mesas e cadeiras imundas do caminho, fiz ligações e verifiquei as luzes até as 20:00 horas e estou meio quebrado até hoje por isso. Depois troquei de roupa e fiquei de conversa com os carregadores, o técnico de som e o cara do frete até perto das 21:00 horas, quando chegou o pessoal da Necroblood. Pouco depois chegou a Lívia Santos.

Para meu horror, chegou um pessoal de um órgão ambiental e disse que o evento não poderia rolar. Não com música, ao menos. Só com isso eu havia gasto R$ 350,00, parte dessa grana recebidos como presente de aniversário do Irmão Rafael, e isso seria perdido. A ASSINPA não tinha licença para que rolasse música e displicentemente alugava o local sem nunca se preocupar sequer em avisar que estava irregular. Isso que faz parte de um órgão ligado ao meio-ambiente.

Com fazer um show de rock sem barulho? Fiquei extremamente nervoso, não tanto pelo dinheiro que seria perdido, mais pelas pessoas que se deslocariam à toa (algumas viajariam para a festa e outras deixaram de viajar para estar lá), pela aparelhagem de som do técnico que poderia ter sido recolhida no caso de ter ido até lá a polícia, entre outras coisas. Fiquei chocado com o descaso. Ao menos, foi o que me explicou a fiscal que conversava comigo.

Por sorte tenho grandes amigas e amigos. Uma delas, a Lívia Santos, tinha moral suficiente para descolar outro local para a festa automaticamente. Através de uma rápida cotinha feita com mais alguns amigos que foram aparecendo por lá, tais como Wendel, Victor Sodré, Irmãos Rômulo e Rafael, Yara, Perseu e Breno, pagamos um extra para o frete do som ao novo local e, anotado o endereço, demos um tempo para chegar mais gente e fomos para o novo local: uma área de eventos da RIGESA. A Lívia levou o pessoal da aparelhagem na frente e a banda Break Seasons já foi direto para o Distrito Industrial.

Enquanto esperávamos conversamos e fui me acalmando. O Arino, irmão da noiva do Irmão Rômulo, Nailza, me apareceu com uma cerveja gelada e eu que planejava não beber fui logo engolindo metade da birita. Breno ensacou o gelo com ajuda de mais alguns convidados e este já estava no Distrito antes da gente.

Eu estava nervoso. Arrumamos carona para todos e no caminho eu pensava que iria acontecer alguma coisa de ruim. Um mau pressentimento me assolava. Nada aconteceu de ruim, na realidade, exceto que várias pessoas se perderam no caminho, como os integrantes da banda Antiga Roll que terminou não se apresentando. O show estava garantido, mas o som seria reduzido por falta de lugar para retirar energia no novo local.

Eu fiz uma introdução para cada banda. Todos ali eram meus amigos ou amigos de amigos, mas muitos não se conheciam e com as bandas não era diferente.

Abriu com a apresentação da banda Break Seasons. O vocal competente da Cláudia fez a gelara vibrar, ainda que a banda estivesse com um guitarrista a menos. A bateria era composta por partes de três donos diferentes! Tocavam Heavy Metal e alguma coisa mais moderna. Isso mais de meia-noite. Todos os músicos deram o seu melhor, sendo que o guitarrista fazia o papel de solo e acompanhamento ao mesmo tempo. Cara foda, levando-se em consideração que ainda tocaria com a Brainstorm uma vez que é guitarrista naquela banda também. A Cláudia estava triste com problemas pessoais, mas não deixou nem por um momento que isso atrapalhasse o ótimo show que fizeram.

Quinze minutos depois entrava a banda Brainstorm. Flávio Mauro era o vocal e estava com a garganta inflamada. Era pra se apresentar com a banda fechando o show, mas me pediu para ser o segundo para poder se retirar mais cedo. No dia seguinte estava completamente esgotado, mas isso é outra história. Na sua vez de cantar, fez todo o esforço que pôde, parando duas ou três vezes para dar uma pausa para a própria garganta e sem avisar a ninguém que estava doente. Eu que sabia disso cheguei a pegar o microfone e cantar no seu lugar numa dessas pausas um trecho de Ace of Spades do Motörhead. No final, o pobre vocalista só pediu desculpas por abusar do tempo. Um herói!


Encerrando o show vieram os caras da Necroblood, com sangue nos olhos. Eles haviam chegado na ASSINPA antes de todos, cederam lugar para a banda Brainstorm a meu pedido e viam as pessoas saindo do local por falta de cerveja mesmo energia no corpo, uma vez que eram quase 3:30 horas. Entraram arrasando, cantando músicas próprias, e quem ficou por lá assistindo ao show não se arrependeu. Metal pesadíssimo no estilo Lamb of God com boas letras em português. Só fizeram cover de uma música do Korn, mas suas músicas eram até melhores que isso. Dou muito valor para bandas com letras próprias, mas nem sempre sai coisa boa daí. A Necroblood é das boas!

Acho que foi bom pra todo mundo, inclusive para as bandas. A Break Seasons tinha fãs presentes, sendo que a Brainstorm e a Necroblood conseguiram fãs por lá. Todos gostaram das bandas. Cito alguns comentários.

Da Break Seasons disseram que adoram vocal feminino, mas nunca viram coisa como o que fez a Cláudia. Eu já sabia que eles eram músicos competentes e experientes, mas para muitos era a primeira vez.

Da Brainstorm muitos se passaram pelo vocal do Flávio, pois vários dos meus amigos o conhecem, mas nunca o viram cantar. Eu que comparecia a ensaios deles e acompanho o cara há vários anos sei que ele pode até mais, pois no dia estava doente.

Da Necroblood lembro bem que uma amiga minha aprendeu a cantar um trecho de uma das músicas que ela adorou, mesmo ouvindo só uma vez e sendo funqueira. Eu também, pois as músicas deles são complexas mas pegam!

O povo não repara muito nos outros músicos, mas eu sim. Sei que o baixista da Brainstorm manja de partitura e é músico profissional. Sei do quanto o baterista da Break Seasons é bom e parece estar possuído quando está tocando. Sei do guitarrista principal da Necroblood é quem inventa os riffs de guitarra e que isso é um talento natural e que, portanto, impossível de ser aprendido. Isso só para falar de alguns dos músicos, todos muito bons.

Revi amigos e dividimos um tempo bom juntos. Aprendi muito com a festa e quero dividir o aprendizado com vocês.

1º O local da festa deve ser a prova de avacalhação por parte das autoridades. Como isso é praticamente impossível, deve-se tentar cobrir detalhes como verificar alvará de funcionamento e licenças ambientais. Eu, por exemplo, nunca fui a um bar pensando que poderia ser fechado a qualquer momento, mas fizeram isso com o Vitrola e o Café Atômico. Nunca ache que está tudo certo porque todo mundo faz som lá.

2º Se vai chamar bandas, chame uma quatro, mas preparado para que uma ou mais não possam comparecer por algum motivo. Assim, se você quer umas quatro horas de show, vai precisar de três bandas, pois com o intervalo entre elas e apresentação de uma hora mais ou menos será suficiente, mas e se vier a faltar alguma? Chame quatro que é melhor sobrar do que faltar.

3º Falando em música, prepare-se para descolar aparelhagem de som para os membros das bandas. A maioria dos bateristas não tem bateria, mas os pratos ou algum acessório assim. As caixas de som boas custam caro e quase ninguém tem. O preço usual para se fazer shows cobrado pelo pessoal que aluga esse tipo de aparelhagem é entre R$ 700,00 e R$ 800,00, mas e você disser que é para aniversário, que não estará cobrando ingresso e acertar o tempo de trabalho direitinho dá para conseguir por R$ 350,00 como eu consegui. O serviço que me foi oferecido por esse preço incluía caixas de som para cada instrumento, além de retornos e outros troços, tais como microfones e suportes para bateria e dois vocalistas, mesa de som e um cabra para operar a mesma, além de frete para levar e trazer da festa toda a tralha e homens para fazer força. Arrume um CD com uma seleção musical para tocar nos intervalo.

4º Não pude comprar cerveja extra e o resultado foi que acabou o que os convidados trouxeram e mesmo depois de uma cotinha e mais cerveja comprada, muitos se retiraram ao acabar a birita. Não deixe isso acontecer.

Bem que tentaram, mas YOU CAN’T KILL THE METAL! THE METAL WILL LIVE ON! Tudo isso só foi conseguido porque tenho amigos maravilhosos. Amo vocês!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009





Algum tempo atrás eu percebi que seria possível fazer uma festa legal, com bandas ao vivo e tudo mais, gastando muito pouco, contando com a colaboração dos amigos. Comecei a me mexer nesse sentido há pouco tempo e já tenho quase tudo arrumado para este sábado, dia 22/08/2009.


Este aniversário será diferente dos demais por vários motivos. Minha avó fazia aniversário junto comigo e o Irmão Rômulo todo dia 21/08, mas esta faleceu este ano. Ano que vem, meus irmãos não estarão mais morando por aqui, talvez nem eu, nesta mesma época. Este ano eu me formo Engenheiro Florestal. Estou enfrentando todos os medos, como o de morrer afogado e de falhar com as pessoas. Consegui um amor maduro, que eu vejo menos do que gostaria, depois de passar quase um ano sozinho e achando que não conseguiria amar de novo. É o primeiro evento que eu organizo e posso ver que facilmente terei por lá mais de cem amigos, logo eu que sou nerd, tive poucos amigos na infância e tenho medo de falhar e por isso mesmo fugia de responsabilidades.


A festa de aniversário vai ser no dia 22/08, na Associação dos Funcionários do INPA, a ASSINPA, sábado. Estou pedindo de cada convidado uma caixinha de latas de cerveja. Vou providenciar o local da baderna, lugar para gelar a cerveja, gelo, gente bagunceira e barulho.


Este ano sou uma pessoa melhor do que nunca e não paro por aí. Você que lê isto venha comemorar o novo eu e aproveite para cumprimentar o Irmão Rômulo que faz aniversário, conhecer amigos meus, ouvir rock e brindar à vida. Leve seu amor ou um(a) amigo(a). Está convidado. Se essa festa vai acontecer, é porque tenho amigos como você!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009




Recebi por e-mail. Quem me mandou foi o Brother Wendel.

G. I. Gurdjeff foi uma das mais intrigantes personalidades deste século. Bastante conhecido nos círculos que estudam ocultismo, é ainda ignorado como um importante estudioso da psicologia humana.
A história a seguir passa-se quando ele, já morando em Paris, criou seu famoso Instituto para o desenvolvimento do homem.
As aulas eram sempre bem concorridas. Mas entre os alunos, havia um velho - sempre de mau humor - que não parava de criticar o que ali era ensinado. Dizia que Gurdjeff era um charlatão, seus métodos não tinham qualquer base científica, e o fato de considerar-se um “mago” nada tinha a ver com sua verdadeira condição.
Os alunos sentiam-se importunados pela presença daquele velho, mas Gurdjeff parecia não se importar.
Um belo dia, ele abandonou o grupo. Todos sentiram-se aliviados, achando que dali por diante as aulas seriam mais tranquilas e produtivas.Para surpresa dos alunos, porém, Gurdjeff foi até a casa do homem, e pediu para que voltasse a frequentar o Instituto. O velho recusou-se no início, e só aceitou quando lhe foi oferecido um salário para assistir as aulas.
A história logo espalhou-se.
Os estudantes, revoltados, queriam saber como um mestre podia recompensar alguém que não tinha aprendido coisa alguma.
“Na verdade, eu o estou pagando para que continue a dar suas aulas”, foi a resposta.
“Como?”, insistiram os alunos. “Tudo que ele faz vai totalmente contra aquilo que o senhor nos está ensinando!”

“Exatamente”, comentou Gurdjeff. “Sem ele por perto, vocês custariam muito a aprender o que é raiva, intolerância, impaciência, falta de compaixão”.
“Entretanto, com este velho servindo de exemplo vivo, mostrando que tais sentimentos tornam a vida de qualquer comunidade um inferno, o aprendizado é muito mais rápido”.
“Vocês me pagam para aprender a viver em harmonia, e eu contratei este homem para ajudar a ensiná-los - pelo caminho oposto”.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O que levar consigo?

Se for necessário sair de um local a outro, por qualquer motivo que seja, será muito útil levar consigo algumas armas e equipamentos, para que o novo esconderijo ou fortaleza não seja algo que se acabará com o tempo, para fazer sua vida mais prática e para que você não morra antes de chegar ao local.

Cada membro do grupo deve carregar certas coisas, mas cada membro do grupo deve ter coisas específicas. Não é necessário que cada integrante do grupo carregue um rádio amador, mas é bom que alguém faça isso, assim como todos precisam ter suas armas primárias, secundárias e brancas individuais.

As armas ficam a critério do grupo, desde que estejam de acordo com o que foi discutido nos capítulos referentes a combate deste manual. As ferramentas, tais como martelo, pregos, serras, jogo de chaves de fenda, philips, allen e afins devem ser carregadas por outro membro. Um bom kit de primeiros socorros também, e quem o carregar deve conhecer muito bem primeiros socorros, sendo de preferência um médico ou enfermeiro. Alguém deveria ter GPS, um outro notebook, outro ainda um purificador de água, arco e flecha, binóculos...

Esteja sempre atento à qualidade daquilo que compra. Prefira sempre algo que possa ser recarregado manualmente e através de corda ou alavanca. Pilhas acabarão e você pode nunca mais encontrar outras. Quando o Dia Z chegar, não haverá muitos locais com energia elétrica, mas ainda será melhor ter algo que possa ser recarregado assim do que algo à pilha. Lentes infravermelhas, tais como alguns binóculos e miras, funcionam à pilha. Notebooks são para serem usados com parcimônia, assim como o rádio portátil. As ferramentas devem ser boas e duráveis. Você não pode se dar ao luxo de carregar algo inútil ou que termine por ficar sem bateria mais cedo ou mais tarde. Só equipamentos de comunicação, que incorrem nesse tipo de problema, podem e devem ser carregados, além de lanternas que serão usadas muito raramente.

Mas o que mais cada membro do grupo deveria carregar? O senso comum pode dar a resposta, mas posso providenciar uma lista básica. Qualquer manual que fale de viagens a pé, estilo mochileiros, pode dar mais dicas. Cada um deve levar botas para caminhadas já amaciadas, óculos de sol com boa proteção UVA/UVB, cantil, meias, roupas extras, relógios, mapas, prendedores para cabelo, chapéus, colchonete ou saco de dormir, espelho para sinalização, lanterna de cabeça, ferramenta multiuso, kit de primeiros socorros individual, faca, talheres, copo, prato, walkie-talkie, armas, munição, kit de limpeza das armas, kit de higiene pessoal, lápis, apontador e borracha.

Lembre-se sempre que exposição a clima extremo mata muito mais rápido do que a fome, tanto faz se falamos de frio ou calor. Você deve estar preparado para enfrentar os elementos. Se sua área chove muito, todos no grupo devem possuir capas de chuva e mochilas impermeáveis para manter as mãos livres e não encharcar o equipamento. Se na sua área faz frio, todos devem ter proteção de acordo e talvez algo para fazer fogo. Se faz muito sol convém ter muito cuidado com insolação e desidratação, sendo que um simples chapéu pode proteger bem a cabeça.

Pense sempre no princípio da invisibilidade e mantenha tudo bem preso dentro das mochilas para evitar barulho. Os cantis devem estar cheios até a boca, pois assim não há o som da água balançando. Não beba água só porque está com sede: beba água em intervalos regulares de uma hora ou o mais indicado para o seu clima, mas nunca em períodos menores. Depois de tudo arrumado na mochila, todos devem andar um pouco com ela para verificar se faz barulho, se está pesada demais para algumas horas de caminhada ou se é necessário ajustar algo.

O equipamento deve estar arrumado de antemão. Nunca seja pego desprevenido por não ter se antecipado. Nunca espere algo acontecer para então arrumar a mochila. Seu equipamento deve estar à mão e à salvo. O mesmo tem de valer para cada membro do grupo, uma vez que não será possível parar para esperar retardatários.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Dia desses recebi um e-mail de 20 coisas que eu nunca vi. Sem fotos ou links para as coisas que nunca vi, inclusive.

Eram apenas 19 coisas, inclusive.

Sempre digo que o mundo é tão grande que deve rolar tudo isso que o povo diz que não existe e mais algumas coisas que a gente nem pode supor. Acredito em qualquer coisa até que se prove o contrário, inclusive mula-sem-cabeça e similares. Não vou listar aqui todas as coisas que me mandaram porque não achei todas interessantes, assim sendo, aqui vão 10 coisas que você nunca viu.

1) Roberto Carlos de bermuda – Aos seis anos de idade, no dia da festa de São Pedro, que é o padroeiro da cidade de Cachoeiro do Itapemirim, ele foi atropelado por uma locomotiva a vapor e sua perna direita teve de ser amputada até pouco abaixo do joelho. Roberto e a coleguinha de escola Fifinha estavam na plataforma da estação. Quando o trem se aproximava, a professora puxou repentinamente a menina com medo que ela caísse. Roberto, que estava de costas para os trilhos, assustou-se e acabou caindo. O cantor usou muletas até os 15 anos, quando colocou a sua primeira prótese. Por ter perna mecânica, evita andar pelo palco e não usa bermuda.

2) Enterro de anão – Anão é gente e morre, então, claro que rola enterro de anão. Há até mesmo um movimento na Internet conhecido como “Enterro de Nelson Ned, EU VOU!

3) Ex-gay – Existe e está na Isto É! É motivo de discussão se o cara pode deixar de ser homossexual, mas o fato é que existe gente que decide que não é mais gay e pronto. O mais doido é que além de ex-gay há os ex-ex-gay. ISSO é que é indeciso!

4) Santo de óculos – Eu não tenho religião, logo, homem santo pra mim é um conceito muito vasto e abrangente. Já usei óculos de grau e uso óculos escuros, graças às lentes de contato. Assim fica muito fácil encontrar foto de Santo de óculos! E se você quer um santo mais conhecido usando óculos de grau, tenho aqui uma foto bem grande pra ti.

5) Lombardi – Essa é uma das mais fáceis! Nem se fala tanto em Lombardi hoje porque ele já apareceu até em blogs!

6) Cabeça de bacalhau – Aqui temos cabeça de bacalhau em profusão para você nunca mais me pedir para ver algo que não serve pra quase nada, exceto, talvez, pra uma compostagem ou coisa assim... E aqui o bacalhau inteiro para você ter noção do tamanho da cabeça do bicho.

7) Negros gêmeos – Não só existem gêmeos negros, como as cantoras Pepê e Neném, como existem gêmeos sendo um branco e outro negro, do mesmo jeito que existem gêmeos univitelinos e bivitelinos e, por isso mesmo, podemos ter gêmeos diferentes uns dos outros, como He-Man e She-ha

8) Chester vivo – Nada mais é do que uma galinha bombada para ter 70% de peito e coxas. Se você é daqueles que se preocupa seriamente com a qualidade de comida que manda pra dentro e não come chester porque tem hormônio demais ou coisa assim, saiba que isso é igual pra tudo quanto é coisa que se vende em qualquer supermercado... Coma chester que peitão e coxão é muito melhor!

9) Previsão da Mãe Diná dar certo – Na realidade, ela acertou por mais ou menos 15 anos seguidos e daí parou de acertar em fatos importantes e como o povo brasileiro tem memória curta (ou você nasceu por volta dos anos 90), ninguém lembra disso.

10) Uma japonesa vesga – É muito comum japonesa vesga, até porque lá no Japão há muitos milhões de japonesas e por isso qualquer atributo físico que você pensar elas podem ter, pro mal ou pro bem.

Entre as coisas que me mandaram e que “ninguém vê” temos entrevistador do IBOPE (Irmão Rômulo já foi um), papel higiênico em banheiro público (na Vila Olímpica sempre tem e aqui é órgão público) e salário durar 30 dias (se não for um salário vagabundo dura e sobra!). Como pode ver, o mundo é vasto e rola tudo: não é porque você não viu que não existe.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009




Recebi por e-mail. Quem me mandou foi o Irmão Rafael.

O jornal italiano Corriere della Sera publicou em sua edição eletrônica de fim de semana uma enquete muito divertida. Trata-se de opinar sobre o relacionamento das crianças italianas com o Menino Jesus. Os leitores devem escolher entre frases tiradas do livro: "Caro Gesù: la giraffa la volevi proprio così o è stato un incidente?" (Querido Jesus, a girafa você queria assim mesmo ou foi um acidente?), recém-lançado pela editora Sonzogno. É uma amostra do que elas costumam escrever nas redações da escola, nas aulas de catecismo e em bilhetinhos de final de ano. Na Itália, o Papai Noel não toma conta do imaginário infantil e Gesù Bambino é um poderoso concorrente do bom velhinho nórdico.


Escolha você também a sua frase preferida.


"Querido Menino Jesus, todos os meus colegas da escola escrevem para o Papai Noel, mas eu não confio naquele lá. Prefiro você." (Sara)


"Querido Menino Jesus, obrigado pelo irmãozinho. Mas na verdade eu tinha rezado pra ganhar um cachorro." (Gianluca)


"Querido Jesus, por que você não está inventando nenhum animal novo nos últimos tempos? A gente vê sempre os mesmos." (Laura)


"Querido Jesus, por favor, ponha um pouco mais de férias entre o Natal e a Páscoa. No meio, agora está sem nada." (Marco)


"Querido Jesus, o padre Mário é seu amigo ou você conhece ele só do trabalho?" (Antonio)


"Querido Menino Jesus, por gentileza, mande-me um cachorrinho. Eu nunca pedi nada antes, pode conferir." (Bruno)


"Querido Jesus, talvez Caim e Abel não se matassem tanto se tivessem um quarto pra cada um. Com o meu irmão funciona." (Lorenzo)


"Querido Jesus, no Carnaval eu vou me fantasiar de diabo, você tem alguma coisa contra?" (Michela)


"Querido Jesus, eu gosto muito do padre-nosso. Você escreveu tudo de uma só vez, ou você teve que ficar apagando? Qualquer coisa que eu escrevo eu tenho que refazer um monte de vezes." (Franco)


"Querido Jesus, você é invisível mesmo ou é só um truque?" (Giovanni)


"Querido Jesus, na minha opinião, é impossível existir um Deus melhor do que você. Bom, eu só queria que você soubesse, mas estou te dizendo isso não é porque você é Deus." (Valerio)


"Querido Jesus, em vez de você fazer as pessoas morrerem e aí criar novas pessoas, por que você não fica com as que já tem?" (Marcello)


"Querido Jesus, se não tivesse acontecido a extinção dos dinossauros não ia ter lugar para nós, você fez muito bem." (Maurizio)


"Querido Menino Jesus, não compre os presentes na loja embaixo do prédio, a mamãe diz que eles são uns ladrões. Muito melhor no super." (Lucia)


"Querido Jesus, nós estudamos na escola que Thomas Edison inventou a luz. Mas no catecismo dizem que foi você. Pra mim ele roubou a sua idéia." (Daria)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O que fazer numa fuga?

Em um dado momento você pode ter de fugir de onde está para outro local mais seguro. Isso pode se dar tanto porque você estava fora de casa quando ocorreu uma insurreição quanto porque não há uma casa realmente segura no estado em que as coisas se encontram no momento.

Sendo assim, há uma série de coisas que você deve fazer para se manter seguro durante a sua viagem. Existem, também, ações que devem ser evitadas para que você chegue em segurança e – mais importante – sem uma horda de mortos-vivos logo atrás de você.

A primeira coisa que você tem de fazer é estabelecer um ponto final seguro para a sua caminhada por áreas infestadas de zumbis. É necessário antes mesmo de começar a andar saber pra onde se vai. Alguém que não sabe para onde vai já está perdido! Fatalmente, você terá de descansar e aí eles te pegam, uma vez que os mortos não precisam de repouso. Enquanto você não decide pra onde vai se dirigir, não se dirija para lugar algum. A pior coisa que pode acontecer a alguém é ter a casa invadida por mortos e ter de correr pra rua, aonde todos os outros cadáveres ambulantes estão.

Se não houver um local em mente, se você não teve tempo ou recursos para construir uma fortaleza em um lugar isolado e de difícil acesso, se chegar lá não será possível, tente descobrir por rádio amador, telefone ou Internet algum lugar alternativo para estar. Não confie nos locais que a mídia alardear como seguros, pois se todos estão convergindo para lá, todos os mortos farão o mesmo. Se há gente demais em algum lugar, vai haver problemas, seja porque gente nervosa tende a se agredir ou mesmo porque há gente contaminada entre os sadios. Procure por locais similares a fortalezas, como as prisões, ou afastadas como plataformas de petróleo, mas esteja preparado para a contingência de os ocupantes não abrirem as portas para você.

Além de ter um local muito bem selecionado para lhe abrigar, é necessário descobrir o máximo de informações de como está o caminho até lá. Certamente as estradas estarão bloqueadas, então use os pés ou sua bicicleta, mas e quanto a bloqueadas por uma grande quantidade de destroços, zumbis, uma turba enfurecida ou tudo de uma vez? É necessário saber para onde vai e como chegar inteiro lá. E lembre-se: sem que ninguém te siga.

Pergunte-se quanto tempo vai levar, minutos, horas ou dias? Quais rotas alternativas você conhece, no caso de encontrar a rota principal bloqueada? Vai ser preciso pegar suprimentos e equipamentos antes ou tudo estará a sua espera lá? O seu grupo pode seguir pra lá ou você ficará sozinho?

Durante a caminhada ao seu novo abrigo, não investigue um lugar que parece mais seguro, não faça barulho, não carregue nenhuma fonte de luz. Mantenha-se no plano. Mantenha-se em direção ao seu objetivo selecionado desde o início.

Tudo isso posto, saiba que só dará certo se você estiver em forma, já aprendeu a atirar, sabe como lutar, treinou bem seu grupo, se estiver armado... toda a informação posta até aqui tem de estar sendo praticada e em mente.

Lembre-se de evitar grandes grupos humanos, hospitais ou qualquer grande ajuntamento de gente. Todos estarão desesperados, carregando gente incapaz de se proteger e com vários infectados entre eles. Muitos estarão machucados e será difícil decidir quem está contaminado ou não num grupo grande. Não se dê ao luxo de ser pego por causa de ninguém. Você não é herói, é um sobrevivente. Sobreviva, apesar de qualquer coisa!

Você deve permanecer invisível, mas se por acaso for descoberto vai ser muito difícil despistar os mortos-vivos, de modo que você deve permanecer também em movimento. Só pare quando chegar ao local de repouso e estiver seguro. Mesmo alimentação deve ser feita em movimento, ainda que leve mais que um dia para se chegar ao destino. Defecar ou urinar vai tomar pouco tempo e precisa ser feito parado, mas não se afaste do grupo para fazer isso ou pode ser surpreendido por um zumbi oculto.

De tempos em tempos, você deve parar por alguns instantes para ouvir ou tentar enxergar o que vai há pela frente. Faça isso principalmente quando tiver de entrar em áreas desconhecidas ou parar por qualquer outro motivo. Os mortos não se preocupam com discrição e podem ser notados assim, o problema é que em geral são muito silenciosos até que localizem uma presa.

As caminhadas terão de ser feitas de dia. Se você pode ser visto de dia pelo inimigo? Claro que sim, mas você precisa vê-los. Nunca viaje de madrugada, se possível. Se a caminhada levar mais que um dia você terá de dormir. Ache locais bons para passar uma noite e os vasculhe cuidadosamente antes de sequer tirar as mochilas das costas. Elimine os eventuais mortos-vivos com sua arma branca para que o estampido de um tiro não atraia todos os zumbis da área até você, o que lhe deixaria preso. Lembre-se de ficar invisível e forme escalas de duplas de vigia.

Se por um acaso você vir um avião ou helicóptero passando por perto de onde você está e pensar em fazer alguma sinalização, pense de novo! O avião ou helicóptero pode não ter aonde descer e vai simplesmente mandar uma mensagem de rádio para alguma central, que vai procurar pelo seu grupo trinta minutos depois. Antes disso os mortos te cercarão e você não poderá escapar sem fazer um bocado de barulho. Mais mortos irão surgindo e a munição acabando e pode ser que quando o socorro chegar. Talvez o socorro chegue e leve seu grupo a um daqueles locais cheios de gente que você deve evitar a todo custo. Atenha-se ao plano.

Por último, lembre-se de evitar áreas urbanas. Cidades significam grandes massas humanas e é isso que você quer evitar. Se for impossível evitar áreas urbanas por algum tempo, como no caso de você estar no centro de uma grande cidade quando for surpreendido por uma insurreição em curso, percorra as estradas menos importantes que puder, mesmo que tenha de se deslocar mais, até entrar em áreas rurais. Segurança primeiro.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um bom amigo – o Brother Perseu – me deu a idéia de pôr aqui no Sucupiras uma lista de covers interessantes. O caso é que para mim cover porrada é sempre melhor e tive de fazer uma pesquisa para pôr mais que apenas versões metal pesado de outros estilos musicais. Claro que acabei pondo só rock... De novo: os números de nada valem, não organizo por nível de importância ou coisa assim, é só para organizar de algum modo.


1) A versão porrada de música da Britney “Toxic”, pelo A Static Lullaby é muito legal. Eles são dos poucos que ainda tocam post-hardcore e o fazem muito bem. Eu costumo brincar que gente branca tudo se parece e ainda há quem diga que esse lance de todos quererem seguir moda produz um monte de gente igual, standard, e eles meio que demonstraram isso arrumando umas 253 sósias da Britney Spears para deixar o clipe mais safado.

2) E parece que todos gostam de Britney, pois cada vez mais gente famosa vem tocando seus hits. Franz Ferdinand retrabalhou Womanizer e ficou muito bom. Deu vontade de ir lá e aprender a letra da música. Deu vontade de conhecer melhor o Franz, que fez uma versão melhor do que a da Lily Allen.

3) Alien Ant Farm tocando Smooth Criminal eu já mostrei numa lista de links no Sucupiras, mas vale a pena ver de novo. Eles não só fazem a melhor versão que eu já vi da música do Michael Jackson – melhor que ele mesmo, na minha opinião – como ainda meteram referências a várias coisas que têm a ver com o falecido astro pop, como uma poltrona com o formato da mão enluvada dele, o chimpanzé, Elizabeth Taylor, mil pessoas vestidas parecidas, dança do Thriller, olhos de monstro, lobisomem (fêmea), grito-estoura-carro, Macaulay Culkin, break, coisas acendendo ao serem tocadas... um clipe para fã nenhum botar defeito.

4) If there's something strange in your neighborhood, who you gonna call? Ghostbusters! NOFX faz uma versão ska do classic do Ray Parker Jr. É nessas horas que você não pode dizer “eu não gosto deste estilo”, porque eu normalmente não gosto de ska, mas vez em quando ouço uns troços bons vindo daí. I ain't afraid of no ghost!

5) All Time Low faz um tipo de rock contemporâneo que eu não gosto muito, mas já que pegou uma música pop como Umbrella, coisa que detesto, e mexeu nela, já é uma mudança pro bem. E como eu já disse, não dá pra dizer que não se gosta de todo um estilo, pois sempre se pode inovar. Coisa muito parecida com o que fez o Vanilla Sky, se bem que é meio desconcertante assistir aos machos se fazendo de mulherzinha ou usando chapinha porque a Rihanna o faz ou mostrar defeitos especiais, mas o som ficou bom. Só não sei quem faz o melhor som: All Time Low ou Vanilla Sky. Cara, até o Linkin Park fez cover dessa música!

6) Needles & Pins é mais famosa pela versão do Ramones, mas na verdade é uma música de 1977, ano do meu nascimento, de um grupo inglês chamado Smokie. Tão boa quanto a versão do Ramones é a versão do Raimundos! Dá pra ver que até eles pensam que a música é do Ramones...

7) Wide Open Road pelo Matanza faz parte do álbum "To Hell with Johnny Cash!” de 2005. É uma homenagem a um dos caras mais controversos do country music. Johnny Cash entra e sai de moda o tempo todo: a música que toca na abertura do filme Madrugada dos Mortos, um dos melhores do gênero, é When The Man Comes Around do velhinho, que já estava morto por ocasião do remake! A versão original de Wide Open Road é bem diferente.

8) Bark at the Moon interpretada por uma banda death/thrash legal que nem a Hatesphere é quase tão boa quanto a versão do Ozzy, mas estas não são as únicas. Tempos atrás criaram um lance chamado Punk Goes Metal e o Strung Out também fez sua versão.

9) Ryashon fez uma versão metal muito boa para a Chocolate Rain. Essa música foi criada por um homem com cara de menino, o Tay Zonday, que é dublador, ator, compositor, pianista, cantor e outras coisas mais. A canção, que tem uma letra longa, difícil e fantástica, virou hit de YouTube e até Chad Vader fez sua própria versão.

10) Tempos atrás eu tive o prazer de ouvir várias das melhores bandas da Terra tocando Black Sabbath num álbum que se chamou N.I.B. A Tribute to Black Sabbath. Lá, Iron Maiden faz a melhor versão que eu já ouvi de Sabbath, Bloody Sabbath, superando mesmo a versão original, de 1973.

terça-feira, 4 de agosto de 2009




SARNEY E EU*

Algumas semanas atrás recebi um email sobre uma manifestação na frente do Congresso Nacional pedindo “Fora Sarney”, na hora fiquei bastante animado, encaminhei o email para toda a minha lista de contatos e pensei que finalmente as pessoas iriam se indignar e reagir à tanta sujeira.

No dia da manifestação me bateu uma preguiça... após um longo dia de trabalho o cansaço me venceu, e afinal, quem iria sentir a minha falta?

No dia seguinte eu procurei eufórico nos sites de jornalismo sobre a tão falada manifestação que foi toda planejada em comunidades virtuais e bastante divulgada pelo twitter. Para a minha surpresa não existia nenhuma manchete, nem ao menos uma nota de rodapé . Resolvi entrar em uma das comunidades do orkut que organizaram a manifestação, e para a surpresa de todos, apenas cinqüenta pessoas se dispuseram a ir para a frente do Congresso.

Apenas 50 pessoas? Sendo que eu sozinho divulguei para mais de 1000? Que povo mais acomodado, pensei indignado, porque será que eles não foram??....

Não demorou muito para a ficha cair. Eles não foram pelo mesmo motivo que eu não fui. Esperava que “alguém” iria no meu lugar.

Recostei-me na poltrona em frente à televisão e olhei para a janela do meu apartamento, que refletia a minha imagem. Fiquei olhando para mim e para a minha confortável inércia. Foi quando de súbito, eu tive a arrebatadora visão daquilo que sempre procurei e nunca encontrei, o meu verdadeiro papel na sociedade.

“Que bunda- mole!!!”.

Finalmente, depois de tantos anos de crise existencial, pude perceber que eu era uma peça importante na sociedade, um legítimo Bunda-mole brasiliense (ou BMB).

Existem bunda- moles municipais e estaduais, mas eu tenho orgulho de dizer que sou um bunda-mole federal!! Nas minhas viagens de férias sempre algum engraçadinho vinha falar: “De Brasília né....já tem conta na Suíça?”. Eu ficava indignado, falando que eu era um funcionário público concursado, que pagava os meus impostos, enquanto o povo que roubava vinha de fora e blá blá blá. Mas agora eu vejo com nitidez que eu tenho um papel importante nesse cenário. Eu como um legítimo BMB ajudei a criar esta barreira de proteção que mantém os verdadeiros FDP livres para fazerem o que bem entenderem.

Eu acho que as coisas estão bem do jeito que estão. Tenho dinheiro todo mês para pagar a prestação do meu carro 1.0 e do meu apartamento de dois quartos, freqüento uma academia para queimar o meu excesso de ociosidade, tenho meu smart phone comprado na feira do Paraguai, e no final do ano ainda vou ficar um mês em uma casa de praia alugada junto com a minha família para a incrível experiência de assarmos como batatas na areia... Mais BMB impossível!!

Nas sextas-feiras, eu me sento com os meus amigos em um barzinho e depois do terceiro copo de cerveja soltamos toda a nossa indignação contra a patifaria que rola solta em Brasília, cada um conta um caso de um amigo próximo que enriqueceu da noite para o dia às custas do dinheiro público (o difícil é disfarçar aquela pontinha de admiração pelo “ixperto”). Depois traçamos os planos para endireitar o país. Planos que vão embora pelo ralo do mictório antes de pagar a conta. BMB de carteirinha!!

Os anos passam e as conversas vão mudando: PC Farias, anões do orçamento, precatórios, privatizações, dólar na cueca, mensalão, sanguessugas, vampiros, Lulinha Gamecorp, Daniel Dantas, o dono do castelo, Petrobrás, e agora a cereja do bolo, ele, o único, o inigualável Sarney!! Sarney é como um ícone do atraso nacional (clientelismo, fisiologismo, nepotismo, coronelismo, apropriação da máquina pública, desvio de verbas públicas etc), mas o que seria do Sarney sem a legitimidade dos BMB´s? O que seria da ilha da fantasia, dos cabides de emprego, dos lobistas, do QI (quem indicou), dos cargos de confiança, dos funcionários fantasmas, dos atos secretos sem a nossa apática presença?

Imaginem se no nosso lugar estivessem aqueles sul-coreanos malucos que iam para a rua protestar partindo pra cima da polícia, ou aqueles jovens em Seattle que furavam um forte esquema de segurança da OMC para protestarem contra a globalização.

O BMB precisa ter o seu papel reconhecido, somos nós que deixamos tudo correr frouxo, somos nós que damos uma cara de democracia a este coronelismo em que vivemos. O nosso poder aquisitivo acima da média nacional protege o Congresso e os palácios da miséria e da violência que fervilham em nosso entorno.

Bunda-moles: Vamos exigir os nossos direitos!! Precisamos finalmente mostrar a nossa cara. Nunca antes na história deste país o bundamolismo foi tão grande. Seja ele de centro, de esquerda ou de direita. Bundamolismo no movimento estudantil chapa-branca, nos sindicatos que só vão para a frente do Congresso para pedir aumento e nos artistas que se acomodaram no conforto dos patrocínios oficiais.

Vamos exigir que se crie em Brasília o museu do bundamolismo nacional na esplanada dos ministérios, uma enorme bunda branca de concreto, que irá combinar muito bem com a arquitetura de Niemeyer.

Assistimos de nossas poltronas o Brasil tomar o rumo da mediocridade, sem um projeto à altura do seu papel de grande potência ambiental do planeta, que pode liderar a nova economia limpa e inclusiva que irá gerar milhões de empregos. Mas que faz o contrário, age como a eterna colônia de exportação de matéria-primas, fazendo vista grossa para o colosso chinês que irá nos engolir com a sua máquina movida à destruição ambiental e desrespeito aos direitos humanos, para criar uma efêmera ilusão de prosperidade às custas de nossa biodiversidade e da nossa água doce (estes sim os nossos bens mais valiosos).

Somos testemunhas do surgimento de uma geração despreparada, tanto para a cooperação quanto para a competição, sem espírito empreendedor, fadada à eterna submissão ao “salvador da pátria” de plantão. Assistimos de nossos computadores, quando estamos fazendo cera no trabalho, ao maior atentado à democracia desde o golpe de 64, mas desta vez o golpe não está sendo feito com armas. Está sendo feita com a ridicularização das instituições, com a banalização dos escândalos, com a desmoralização da ética e com a idiotização do contribuinte.

A bundamolização é muito mais eficaz do que o autoritarismo, ela pode ser eletrônica, através de novelas, videocassetadas, big brotheres e cultos picaretas. Pode ser química, com cerveja, maconha ou anti-depressivos. E também pode ser ideológica, com receitas milagrosas, e debates calorosos que sempre desaparecem em um clicar de mouse. Vivemos em uma sociedade anestesiada e chapada, sem rumo, imersa em ilusões baratas.

O bundamolismo nos une, não segrega ninguém, é a democracia verdadeira, que brilha por debaixo de uma crosta de hipocrisia e ignorância. E como toda ideologia que se preze, nós temos o nosso avatar, o nosso guru. Aquele que nos trás para a realidade e mostra quem realmente somos, revela o nosso eu profundo, a nossa essência.

Obrigado Sarney, só você para tirar as minhas dúvidas e me mostrar o mundo real por trás das ilusões. Sarney, nós somos duas faces da mesma moeda. Somos Yin e Yang. Nós somos os pilares deste país, um não existiria sem o outro. A sua cara de pau só existe porque do outro lado está a minha babaquice.

Bunda-moles de todo o país uni-vos!!

Vamos celebrar a nossa mediocridade, vamos sair às ruas gritando: Viva Sarney!! Viva Collor!! Viva Maluf!! Viva Roriz!! Viva Gim Argello!! Viva Renan Calheiros!! Viva Romero Jucá!!Viva o presidente que não viu nada!! Viva a República das bananas do Brasil!!!

Mas isso é pedir demais para um bunda-mole, vou voltar para a minha poltrona porque o jornal nacional já vai começar.

*Por Adelécio Freitas (um BMB legítimo).